Lev, o leitor de ebooks da Saraiva com recursos de sobra

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Lev, o leitor de ebooks da Saraiva com recursos de sobra

Custando entre 299 e 479 reais, o Lev é um forte concorrente para os e-readers já consolidados

 

A Saraiva entrou no grupinho da Amazon e Livraria Cultura ao lançar, na semana passada, o leitor de ebooks Lev. Com touchscreen e-ink de 6 polegadas, peso de apenas 190 gramas e integração com a loja de livros digitais da Saraiva, o Lev chegou ao Brasil custando 299 reais na versão mais simples. Um modelo mais completo, com iluminação embutida para ler no escuro, está sendo vendido por cem reais a mais.

Os preços do Lev são os mesmos do Kindle e Kobo equivalentes, o que dificultou ainda mais a decisão de quem está pensando em comprar um leitor de ebooks. Será que o Lev é uma boa opção? Como é o desempenho? O acervo de ebooks da Saraiva convence? O que o Lev tem de diferente? Todas as respostas estão nos próximos parágrafos, mas posso adiantar que ele é um forte concorrente.
Quiseram fazer algo diferente

Muitos leitores parecem concordar comigo que o Lev não é o leitor de ebooks mais bonito que já vimos. A Bookeen, empresa francesa que projeta o e-reader para a Saraiva, fugiu um pouco do que estamos acostumados ao usar bordas assimétricas, uma moldura de cor diferente em volta da tela e um peculiar botão frontal circundado por um anel prateado que faz o Lev lembrar um tablet.

Mas se o Lev não passa no concurso de Miss Universo, pelo menos o design é bem funcional. O botão frontal é multiuso. Com um toque, abre-se a lista de atalhos que dá acesso à tela inicial, biblioteca e loja de livros digitais da Saraiva. Com dois toques, é exibido o menu contextual, que serve para alterar a fonte do texto ou ativar o Wi-Fi, por exemplo. Mantenha o botão pressionado e a iluminação será ligada ou desligada.

A traseira possui um acabamento fosco e um toque levemente emborrachado que muito me lembra o Kindle Paperwhite. Se esse tipo de plástico acaba atraindo muitas marcas de dedo, pelo menos torna a pegada mais confortável. Além disso, o peso de 190 gramas, mais leve que os livros que normalmente lemos, torna possível usar o Lev por algumas horas antes de cansar os braços.
Um hardware não imbatível, mas decente

Se você for mais a fundo nas especificações de hardware, verá que o Lev possui um painel E Ink Pearl. É o mesmo usado no Kindle Paperwhite de 1ª geração e Kobo Glo, mas está atrás do novo Kindle Paperwhite, que adota o moderno E Ink Carta. Na teoria, este último possui contraste até 50% maior e reflete até 20% menos luz. Na prática, a não ser que eles sejam comparados lado a lado, a diferença é quase imperceptível.

O modelo que estou usando há uma semana é o Lev com Luz, que possui preço sugerido de 479 reais — não por acaso, o mesmíssimo valor do Kindle Paperwhite e Kobo Glo. Útil para usar o e-reader em ambientes pouco iluminados, a luz é bastante uniforme e tende um pouco para o azul. Achei bastante exagerado o brilho no nível máximo, mas a opção está lá para quem quiser usar (e estiver com vontade de agredir os olhos).

O poder do Lev é o mesmo de um e-reader qualquer, e o processador é um ARM de 1 GHz. No geral, o uso é bastante fluido. As trocas de página são rápidas, a abertura de ebooks é quase instantânea e o ajuste das fontes é feito sem cerimônia. Passei por uma travada feia ao usar o recurso de galeria de imagens, mas isso aconteceu apenas uma vez, e o Lev não deve deixar seus proprietários irritados.

Em relação aos dois principais concorrentes, o Lev leva vantagem por possuir o dobro de armazenamento interno, 4 GB, sendo que ainda há como expandir a memória com um cartão microSD. Mesmo guardando mais de 200 arquivos, entre ePUBs e PDFs, não usei mais que 800 MB de espaço, portanto, acredito que a maioria das pessoas nem pensará em comprar um microSD.


Quanta coisa nesse software!

A interface do Lev é bem simples, mas uma olhada mais profunda nas configurações revela recursos de software bem interessantes. Separei três:

Modo noturno: as cores ficam invertidas, com fundo preto e texto branco. Uso com frequência esse recurso no smartphone, em aplicativos como Instapaper e Pocket, e sinto que meus olhos cansam menos.

Em “Meus Livros”, o Lev permite navegar pelos livros armazenados em pastas. Para quem quiser dedicar uma pasta só para guardar arquivos da faculdade, por exemplo, é prático e uma mão na roda.

Orientação da tela: você pode ler ebooks tanto no modo retrato quanto no modo paisagem. E tem como ativar um gesto com os dedos para alternar entre os modos (como você deve saber, e-readers são bem simples e não têm acelerômetro como os smartphones e tablets).

Como não dá para ter tudo, senti falta de um navegador. O browser do Kindle Paperwhite, mesmo que simples e lento para renderizar páginas, ainda é útil para fazer consultas rápidas. E, falando em consultas, seria bom ter acesso fácil à Wikipédia e um dicionário de inglês ou espanhol (ou francês, ou chinês simplificado, enfim) para textos mais complexos. De fábrica, há apenas o Soares Amora embarcado, que faz um bom trabalho nos verbetes em português.

Todos os livros comprados na Saraiva ficam acessíveis através do SaraivaReader, que possui aplicativos para Windows, OS X, Android e iOS. Portanto, dá para começar um livro no Lev e continuar do ponto em que parou no tablet. Mas um recurso que está ausente (ou pelo menos não funcionou) é a sincronização de marcadores e notas: ele só guardou a posição da página. Já é alguma coisa, mas poderia ser melhor.


Fonte: Tecno Blog